quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

só cunhas

Hoje decidi reflectir sobre o "Sermão de santo António aos peixes".
É que não consigo perceber onde está a genialidade da situação. Já tentei, juro que sim.
Será por ele usar todo um jogo de metáforas e personificações? Será por criticar desenfriadamente a raça humana? Ou porque alguém apenas achou engraçado alguém a meter dois dedos de conversa com um cardume ou outro?
Pois bem, sendo isto decidi também eu ir ao encontro da tentativa de compreender como escrever um sermão que todos acharão genial.
O Sermão de santo António aos peixes é todo ele baseado numa frase da retirada da Bíblia - "vos estis sal terrae" - Vois sois o sal da terra.


Sermão de Santo António aos peixes
"E chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar."


Santo António prega então aos peixes pois mais ninguém está para o ouvir em sinal de birrinha.
E é partindo destas regras que vou construir o meu próprio sermão - "O sermão de dona Sara às bombocas".
Se o senhor padre pode pregar aos peixes, porque não hei de poder eu pregar às bombocas que são tão docinhas?
Se o senhor padre baseia o seu sermão numa frase de um livro (bíblia), também eu basearei, neste caso de um livro de receitas de bombocas. Tomarei então a liberdade de começar.


Sermão de dona Sara às bombocas
"Dispor pequenos montinhos, num tabuleiro" , e chama-lhes montinhos porque quer que façam na terra o que fazem os montinhos fazem no tabuleiro. O efeito dos montinhos é a organização, mas quando as pessoas, e a sua mente se vêm tão desorganizadas e estas não fazem mais do que "passar por cima" umas das outras, qual será a causa desta desorganização? Ou os montinhos não se dispõem ou o tabuleiro não os deixa dispor.
É que se os homens não querem ouvir as minhas ideias, eu posso muito bem pregar às bombocas. Estas ouvem a minha doutrina e nunca, repito, nunca me apontaram o dedo.


Provavelmente se levasse esta introdução a uma editora iriam achar que sou doida, mas o menino Tony Vieira já bem pôde ir para a frente com a ideia de falar com peixinhos. Sabem o que é que eu acho? 


CUNHAS!


SN

2 comentários:

  1. Até parece que antigamente a palavra "cunha" já existia. Lá sabiam o que era um dicionário, quanto mais sabiam o que era "cunha"

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  2. Já agora, "Tony Vieira"? Em primeiro lugar não é Tony mas sim Padre António Vieira e em segundo lugar ele não andou ctg na escola para o tratares por uma alcunha. Onde é que isto já se viu?São nestas ocasioes que servem a educação. ahah

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