quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sou um lápis amarelo
que não sabe onde escrever
o poema mais belo
que alguma vez hás de ler

Mas não pensais que sou algum gay,
pois também consigo ser homem.
Os outros lapis eu matei
e depois disse-lhes: TOMEM!

A verdade é que sou um assassino profundo,
matei para poder escrever no mundo.

Um mundo que apesar de não o merecer
vai servir de rascunho.
Queira ou não queira,
que não tenha eu que lhe mostrar o meu punho.

Pois de escrever na poeira
já estou eu fartinho,
prefiro até escrever num bife de novilho
regado com um bom vinho.

Vou partir o bico voluntáriamente
e esperar por um afia encantado
que me afie sucessivemente
e da borracha me mantenha afastado.

Porque amiga que é amiga
não apaga o próximo
canta-lhe antes uma cantiga 
enquanto com os amigos partilha uma seringa


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